5 macetes de câmera para conseguir a exposição ideal

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A exposição é uma daquelas partes da fotografia que a gente costuma deixar o trabalho todo para a câmera, mas existem algumas coisas que é bom prestar atenção. Alguns dos tópicos desse assunto são macetes simples que podem ajudar a levar as suas fotos para um nível bem melhor e podemos dizer que são divididos em dois grupos: as coisas que você pode fazer na hora de tirar a foto e as da edição.

Pra conseguir aplicar todos esses macetes na hora de fotografar, é preciso dominar duas funções importantes da câmera: a fotometria e a compensação de exposição. A fotometria é a medida de quanta luz a câmera precisa, naquele ISO selecionado, pro sensor conseguir fazer uma imagem adequada. Além disso, a fotometria pode ser feita através de um único ponto da imagem ou de uma média de uma região ou da imagem toda. A maioria das câmeras costuma vir configurada pra trabalhar com média, mas se você quiser ir além, é bom aprender a trabalhar por ponto. O segredo é saber escolher qual ponto da imagem usar como referência.

O histograma deve ficar um pouco deslocado para a direita

Nesse artigo aqui, vou focar em explicar o basicão do histograma, e isso já vai te ajudar demais. O histograma nada mais que aquele gráfico na câmera ou no aplicativo de edição. A função dele é dizer quais a quantidade de pixels em função da sua luminosidade. No lado esquerdo são os pixels escuros e no lado direito são os claros. Ou seja, numa escala de cinza, o histograma vai do preto total, que são as sombras, para o branco total que são os destaques. O histograma abaixo é um bom exemplo de um histograma ideal.

Se a gente tiver muitos pixels escuros, o histograma vai aparecer com um pico no lado esquerdo. Por outro lado, uma imagem muito clara vai fazer aparecer um pico lado direito. O que a gente quer é que não fique nenhum pico lá no preto total e nem no branco total, porque quando isso acontece a gente começa a perder os detalhes da foto. Numa exposição ideal, não temos nem pixels totalmente pretos, nem totalmente brancos. Isso garante que a cena foi capturada sem nenhuma perda de informação.

Só para ficar mais claro como funciona, na imagem abaixo coloquei o histograma junto com a foto.aquele pequeno pico no extremo esquerdo corresponde aos pontos pretos da janela do prédio maior, enquanto a parte do prédio pequeno no canto inferior esquerdo provavelmente está naquela parte mais achatada na região dos cinzas escuros.

Como controlar o histograma na câmera

Porém, existe um pequeno truque que pode ajudar muito a melhorar a qualidade das suas fotos, que é fazer o histograma ir levemente pra direita. Com isso, a maioria dos pixels ficará mais clara, e depois basta reduzir a luminosidade na edição. Caso os pixels se acumulem no lado esquerdo, a hora que você aumentar a luminosidade vai aparecer um monte de ruído junto e vai estragar a foto.

Primeiro, você precisa ativar o histograma para ele aparecer na tela. Então você pressiona o disparador até a câmera fazer a fotometria. Se precisar deslocar para a direita, vá na compensação de exposição e aumente um pouco o valor, até deixar o histograma bem acertado. Se precisar ir pra direita, é só diminuir a compensação de exposição. Bem simples e vai garantir que nenhuma informação seja perdida!

Dica extra

Se o seu histograma estiver muito para direita, quer dizer, a foto vai ficar estourada, aproveite e abaixe o ISO antes de compensar a exposição. Isso vai ajudar a diminuir a quantidade de ruído.

A exposição ideal não é o que você está vendo

Via de regra, a exposição que a câmera mede é o quanto de luz o sensor dela precisa pra ficar satisfeito, e isso não tem nada a ver com o quanto clara está a cena. Pra entender isso, vamos imaginar uma cena noturna. A câmera vai tentar aumentar a exposição o máximo possível para que o sensor receba a quantidade de luz que ele ache adequada.

O problema disso é que quase nunca corresponde ao que a gente está vendo. Se a câmera levou 30 segundos para capturar a cena, ela ficou lá absorvendo luz esse tempo todo, e o nosso olho simplesmente não consegue fazer isso. Como resultado, parece que a cena está iluminada, e é por isso que as fotos noturnas, como essa que tirei lá em Perugia, ficam tão legais.

O mesmo vale para cenas diurnas, com muita luz. A câmera vai querer cortar o excesso de luz, e muitas vezes a foto vai ficar menos clara do que a cena era presencialmente. Nesses casos, o que a gente tem que fazer é planejar qual efeito a gente quer que aconteça. Porém, a dica sempre é deixar as coisas mais pro lado direito do histograma e depois ajustar a aparência na edição.

Imagens com muito contraste

Contraste significa diferença de intensidade entre partes da foto. A dificuldade de cenas com muito contraste é que elas possuem áreas bastante claras e escuras no mesmo quadro, e fica difícil acertar a exposição sem perder detalhes. O risco, nesse caso, é as partes claras ficarem muito claras, ou seja, estouradas, e as escuras ficarem completamente pretas, sem detalhes. No fundo, esse artigo é todo sobre como não perder detalhes por causa da intensidade.

Por exemplo, na foto abaixo, as nuvens são bem ricas em detalhes, mas o sol iluminando por trás delas poderia fazer com que toda aquela região em volta ficasse estourada se a fotometria fosse feita na parte de baixo da cena, que é mais escura. Nesse caso, o segredo é fazer a fotometria no sol e mover o histograma até ficar ideal, ajustando a exposição com a câmera conforme falei lá em cima.

Image by Markus Distelrath from Pixabay

Ou seja, uma coisa interessantes que você pode fazer é colocar a fotometria na parte mais clara e se basear nela, deixando estourar só um pouco nesta parte mais clara. Deste modo, você consegue um bom equilíbrio entre os detalhes que serão perdidos nas sombras e nas áreas claras. Uma outra dica é que você pode usar o HDR, que é uma técnica de combinar vários fotos com exposições diferentes. Provavelmente, essa técnica foi usada na foto acima. Todas as câmeras de hoje em dia têm essa função.

Imagens com pouco contraste

Quando a imagem tem pouco contraste, isto é, ela é bem suave e plana, corremos o risco de perder detalhes deixando a cena clara ou escura demais. A coisa crítica aqui é que se ela ficar clara demais vai estourar praticamente no quadro todo. Já se ficar escura demais, vai ficar cheia de ruído e sem detalhes. O ideal, como sempre, é sempre jogar o histograma pra direita pra não perder detalhes, mas com cuidado de não deixar nunca acumular todos os pontos lá no branco. O mesmo vale para imagens predominantemente pretas, como essa abaixo, e vale exatamente a mesma regra. o truque é deixar o histograma sempre mais pra esquerda.

Image by Petra Zwaan from Pixabay

Tome cuidado com as cores muito fortes

Já vimos que as partes claras podem ser traiçoeiras podem terminar estouradas se não tomarmos cuidado. Porém, não são as coisas muito brancas que podem dar problema. Uma coisa muito comum, especialmente em fotos de flores, são cores primárias muito intensas. É bem fácil estragar uma foto que tenha muito vermelho ou violeta.

A razão disso é que a fotometria da câmera geralmente lê o valor global, e esse valor inclui a intensidade de todas as cores. Só que, quando temos uma cor primária, a câmera entende que a intensidade da luz é apenas 1/3 do que deveria ser, e ela aumenta a exposição para compensar. O resultado é que só aquela parte da foto que tem a cor forte acaba ficando estoura, e a flor vira um borrão sem detalhes.

Cores difíceis

Tem cores que isso é menos problemático, como o verde e o azul e o laranja, mas o vermelho, o amarelo e o violeta são especialmente chatos. O violeta ainda tem o agravante de ser uma das cores que mais sofre aberração cromática nas lentes. Inclusive, você devia dar uma olhada nesse artigo sobre cores na fotografia, que é mais uma coisa que vai fazer sua fotografia dar um salto de qualidade. Algumas câmeras mostram o histograma por canal de cor. Aí você se baseia na cor que vai estourar pra fazer a compensação, usando a mesma regra de puxar pra direita sem encostar lá no fim. Essa foto abaixo é minha, e só não ficou estourada porque ela é toda de uma cor só, praticamente.

Porém, para ilustrar bem o que pode acontecer, e pra que você saiba visualmente o que é uma foto estourada, tem esse exemplo de outra foto minha, que não foi tão bem sucedida assim. Veja como as pétalas não têm nenhum detalhe.

A vida é assim mesmo, cheia de erros e acertos. O importante é aprender com os erros e seguir caminhando!

E esses são alguns macetes muito importantes pra conseguir acertar bem a exposição de todas as fotos com direto com a câmera. É verdade que é possível consertar um pouco de exposição errada na edição, mas o ideal é sempre ter um bom material como ponto de partida, e ele começa justamente no controle da câmera. Se você sabe de mais alguma dica importante, não deixe de compartilhar nos comentários! E não deixe de me seguir no Instagram pra ficar sempre atualizado!

Fábio Ardito

Pelo mundo atrás de treta.

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