Prender a atenção do espectador é, no fundo, o objetivo de todo vídeo. Existem muitas maneiras de se fazer isso, desde a escolha correta do texto e da narração até recursos de filmagem. É aí que entra o B-roll. Apesar de o nome ter surgido porque antigamente se filmava as coisas com vários rolos de filme – e aí tinha o rolo A, que era o principal, e o B, que era o secundário; hoje em dia o significado é completamente diferente.
Na verdade, o B-roll é uma inserção de cenas curtas, com ângulos, movimentos e transições mais criativos em um vídeo principal, e o seu objetivo é tornar a narrativa mais interessante e atrativa para o espectador. Ele tem se tornado tão importante que, hoje em dia, fazer um vídeo sem uma inserção estilo B-roll é praticamente uma confissão de amadorismo.
A boa notícia é que é bem fácil ser criativo e criar B-rolls pra praticamente qualquer coisa, ainda mais hoje que todo mundo tem celular com câmera boa no bolso. Além disso, como o B-roll é a parte mais artística do vídeo, você tem bem mais criatividade para tentar coisas diferentes. Fora que, ao contrário do tempo do rolo de filme, errar não custa nada, só um pouco de tempo. Então dá pra ir tentando várias coisas até encontrar o que fica legal.
A ideia por trás do b-roll
Todo vídeo, independente de qual seja, tem uma história a ser contada. Mas, o fato é que uma cabeça falante ou uma simples narração pode não ser exatamente uma coisa muito interessante de ficar vendo. Tem gente que consegue ficar por horas falando com os outros prestando atenção, é verdade, mas tem como deixar qualquer vídeo mais interessante quebrando a monotonia.
A ideia do B-roll é justamente essa, ciar cenas que serão pequenas inserções na narrativa principal. Essa é mais uma chave para fazer um bom B-roll. Ele não pode ser longo o suficiente a ponto de distrair a narrativa principal, mas tem que ser interessante o suficiente para reforçá-la. O B-roll pode, inclusive, servir para enfatizar alguma coisa importante.
Por exemplo, suponha que você esteja gravando um vídeo ensinando uma receita de pizza. Enquanto fala sobre os ingredientes, como a mussarela, pode inserir um vídeo com a câmera passando por cima de um prato com a mussarela ralada. No vídeo abaixo, tem um bom exemplo de uma pizza pronta.
Na hora de fazer o B-roll, o importante é ser criativo, e dá pra fazer quase qualquer coisa que você quiser. Esse vídeo abaixo foi o primeiro B-roll que eu fiz, usando um rolo de filme (ba dum tsss), o celular e a mão livre. Já ficou bem interessante, e foi na primeira tentativa. Porém, existe algumas pegadinhas que a gente tem que tomar cuidado pra não transformar o B-roll numa tragédia.
Como NÃO fazer um B-roll
Do mesmo modo que o B-roll pode fazer um vídeo ficar muito interessante, ele também pode estragar completamente uma cena. E também vale ressaltar que, geralmente, é preciso fazer algum tipo de movimento para ele ficar legal. Só que aí reside um problema, não é sempre que uma inserção tremida fica legal. Como é o caso do meu rolinho de filme, o segredo ali é a suavidade.
Nem sempre é fácil ser suave à mão livre, por isso pode ser necessário usar algum acessório como um gimbal ou um trilho. No entanto, como tudo na vida, a prática ajuda bastante, e dá pra treinar à vontade até ficar bom. Além disso, O B-roll não precisa ser necessariamente uma tomada de vídeo cinemática, dá pra fazer com a câmera parada também.
Por exemplo, um truque bem comum é filmar uma pessoa falando em dois ângulos diferentes. Enquanto uma câmera foca no rosto, outra pode pegar somente as mãos a partir de um ângulo superior. Aí, de vez em quando, se pode inserir o vídeo das mãos no meio da fala. Esse truque é muito usado para esconder problemas no vídeo principal, como caretas inesperadas, por exemplo.
Também é bom evitar o excesso de criatividade. Nem sempre um ângulo diferente ou uma rodada de câmera vai ficar bom. Tem horas que essas coisas ficam simplesmente fora de contexto e podem confundir bastante o espectador. E, como eu já disse várias vezes, o B-roll é uma inserção, e não o vídeo principal, então cuidado pra não exagerar nele.
Shorts e stories
Já nos formatos de vídeo curtos, como os shorts do Yutube e os stories do Instagram, o B-roll é praticamente o A-roll. O que quero dizer é que essas técnicas de tornar os vídeos mais interessantes são as dominantes nos vídeos curtos porque a gente tem pouco tempo para chamar a atenção. Isso sem contar que, muitas vezes, o objetivo do vídeo é propaganda mesmo, então é fundamental saber essas técnicas. Pode reparar no comercial do iFood, por exemplo, que passa o tempo todo no Youtube. Ele é uma sucessão do que a gente chamaria de B-roll normalmente.
Então, aprender essas técnicas de câmeras é crucial pra quem está tentando fazer material pra redes sociais. Junto com a gradação de cor, que pretendo tratar em outro artigo, as técnicas de B-roll são as ferramentas mais importantes que a gente tem pra usar. O que fica melhor, uma pessoa filmando em posição de selfie ou uma tomada dinâmica?
E basicamente é isso é o B-roll. Também existem milhares de técnicas diferentes pra criar uma boa inserção, mas aí seria assunto pra um outro artigo.