A pintura eletrostática é um dos acabamentos mais procurados no ramo de pinturas devido à sua superioridade em relação às tintas líquidas convencionais. O seu diferencial é a durabilidade e a robustez do acabamento. Sem sombra de dúvidas, é um tipo de acabamento mecanicamente e quimicamente superior às tintas líquidas convencionais, como esmaltes e automotivas. Porém, o processo de aplicação da tinta eletrostática é bem mais complicada do que a convencional, além de requerer equipamentos especiais, como veremos a seguir. Antes de começar, vamos dar uma olhada rápida nas vantagens e desvantagens desse método.
Vantagens da pintura eletrostática a pó
- Alta durabilidade, inclusive contra intempéries,
- Alta resistência mecânica contra riscos e abrasão,
- Não escorre,
- Acabamento uniforme de alta qualidade,
- Não necessita de primer ou fundo na maioria dos casos,
- Pode ser aplicada em quase todos os metais, como alumínio, bronze, latão e aço galvanizado.
Desvantagens da pintura eletrostática a pó
- Pode ser usada somente em materiais condutores, como metais,
- Baixo nível de preenchimento de falhas, não cobre riscos,
- Não aceita massa plástica, o acabamento deve ser feito em metal,
- A peça precisa estar perfeitamente limpa, sem resíduos de óleo ou ferrugem,
- Peças com formatos intrincados podem ser difíceis de cobrir totalmente,
- O tamanho máximo da peça depende do tamanho do forno disponível.
Pintura eletrostática a pó passo-a-passo
A pintura eletrostática, ao contrário de tintas como esmalte, especialmente aqueles especiais para metais enferrujados, requerem que a peça esteja perfeitamente limpa, livre de graxa, óleo e até mesmo de resíduos de thinner. Qualquer impressão digital também deixa marca no acabamento final, então a primeira parte do processo consiste em deixar a peças totalmente limpas. Normalmente, é feita uma limpeza pesada com desengraxante, em seguida é usado o jato de areio e, por fim, é feita uma limpeza fina com acetona e papel higiênico. Uma curiosidade é que o papel higiênico é um material excepcional para limpeza. Ele é usado até para descontaminação de coisas ultra sensíveis como câmaras de alto vácuo.
Em seguida, a peça vai para uma cabine especial, projetada para otimizar o aproveitamento do pó da tinta. Então, uma camada fina de pó é depositada com uma pistola especial, que aplica uma tensão de até 100 kV para que o pó possa aderir perfeitamente à peça. Por fim, a peça já revestida em pó vai ao forno onde passa cerca de 15 a 20 minutos a uma temperatura que varia entre 180 e 200 graus celsius.
Contra-indicações da pintura eletrostática
As maiores desvantagens da pintura eletrostática a pó são o custo, os materiais que podem receber o acabamento e a necessidade de desmontagem das peças. Somente materiais metálicos, como aço ou alumínio, podem receber a pintura eletrostática porque é necessário que sejam condutores elétricos para que a tinta possa aderir eletrostaticamente. Em segundo lugar, é preciso ter em mente que a peça vai ao forno, o que pode danificar coisas como vedações e resíduos de óleo. Uma pinça de freio, por exemplo, tem que ser completamente desmontada e o óleo totalmente removido para receber o acabamento.
Pintura eletrostática não aceita massa plástica
Também é necessário ressaltar que, ao contrário da pintura convencional, a eletrostática não aceita correções com massa plástica. Se a peça precisa de algum tipo de preenchimento para regularizar a superfície, ele tem que ser feito em metal. Isso acontece porque a massa plástica não é condutora e, portanto, o pó da tinta não consegue aderir adequadamente na sua superfície. Para piorar a situação, a massa plástica também não suporta a temperatura do forno durante a cura.
Para quem precisa da pintura eletrostática, o jeito é usar solda ou brasagem para regularizar a peça. Caso isso não seja possível, o indicado é utilizar tinta líquida convencional.
Dificuldades com formas intrincadas
Uma outra coisa a se ficar atento com a pintura eletrostática é que peças que possuem muitas quinas ou cavidades podem ter problemas de cobertura. Isso acontece porque a tinta a pó precisa que a peça possua um campo elétrico no local onde ela será depositada. Porém, dependendo do formato da peça, o campo elétrico resultante pode ser nulo, devido a distribuição de cargas na superfície do material condutor.
Preparação da superfície
Como a preparação da superfície é crítica na pintura eletrostática a pó, é preciso ter uma atenção redobrada com ela. Além disso, cada tipo de material requer um processo diferente de preparação. Por exemplo, aço pode ser facilmente preparado com lixa, enquanto alumínio precisa de um polimento com uma roda de pano e latão aceita muito bem a escova de aço. O jato de areia também pode ser indicado, mas varia de material para material.
Custo
O custo varia, e geralmente quem faz a aplicação trabalha com lotes grandes. Para peças pequenas pode ser difícil consguir algo com bom custo-benefício. Porém, se o número de peças for razoável, esse custo cai bastante, a ponto de ser mais barato que a convecional.
Cores e acabamentos
Uma outra limitação é que as cores disponíveis para a eletrostática são mais limitadas que as convencionais. Enquanto um esmalte sintético tem milhares de cores disponíveis que podem ser feitas na hora pelo lojista, a coisa é mais complicada para tinta a pó. Existem empresas que fornecem em uma grande variedade, mas para cores fora do padrão é preciso de um pedido mínimo, geralmente 25 kg que, de acordo com o rendimento esperado, dá pra pintar, literalmente, um caminhão. Por isso, muitas vezes, não é economicamente viável fazer uma pintura desse tipo somente por causa da cor. Também existe uma variedade de acabamentos, como liso ou com textura. Esses acabamentos dependem da tinta.
PARABÉNS PELO LINDO TEXTO.
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