7 dicas essenciais para ter fotos perfeitamente nítidas

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Conseguir fotos nítidas é, sem sombra de dúvidas, o grande objetivo de qualquer fotógrafo. A nitidez faz com que a foto realmente se destaque, e é justamente ela uma das maiores diferenças entre uma foto amadora e uma professional, independente de qual seja a sua área de atuação. A nitidez, definitivamente, anda lado a lado com o domínio sobre a luz.

Se tem uma coisa que eu não tenho, é um bom autorretrato. Toda vez que eu tento, o resultado sai ruim. Então, comecei a estudar melhor o assunto e existem algumas coisas que posso fazer pra melhorar minhas fotos de perfil. Porém, de todas as coisas, reparei que o maior desafio é conseguir uma boa nitidez mesmo. Na verdade, o maior problema é que de longe pareço feio, e de perto parece que estou longe. Como não tem muito o que fazer, então vou pôr a culpa na câmera mesmo.

Baseado na minha experiência e numa pesquisa que fiz com vários fotógrafos importantes no Youtube, elaborei essa lista abaixo de coisas que preciso melhorar. A maior parte delas é bem simples, mas algumas requerem um pouco de investimento em equipamento.

Mantenha o equipamento livre de poeira e gordura

O efeito mais notável da poeira numa lente é justamente a perda de nitidez. Existem até alguns filtros, chamados haze (ou névoa), que servem justamente para fazer um foco bem suave. Esses filtros funcionam exatamente como uma camada de poeira. Ao contrário de outras sujeiras maiores, como grãos de areia, a poeira espalha a luz quando ela atinge a lente, alterando o caminho dos raios, que passa a ser mais difuso. Isso faz com que os raios de luz cheguem em lugares levemente diferentes daqueles que deveriam, o que cria essa sensação de névoa.

Outro inimigo número 1 da nitidez é a gordura. É preciso tomar bastante cuidado com ela, especialmente com marcas de digitais. Não se iluda, porque uma marca na lente não vai ter o mesmo formato lá na imagem final. Por exemplo, uma digital no elemento frontal da lente não vai aparecer como digital na imagem. O que ela vai fazer é espalhar a luz que chega naquele ponto em direções diferentes. Aí pode acontecer um monte de coisa, desde o surgimento de artefatos, que são efeitos ópticos espúrios, até a degradação da nitidez.

Então, é bom sempre ter um bom kit de limpeza, composto por um soprador, pano de micro fibra e um pincel de maquiagem. Na hora de limpar, comece com o soprador para remover a poeira, depois passe para o pincel e só use o paninho depois que não tiver mais poeira nenhuma. Se você esfregar a lente com poeira, vai riscar. Só use produtos químicos em último caso mesmo, porque pode manchar a lente.

Vibração

O segundo inimigo da nitidez é a vibração, tanto da câmera quanto do objeto fotografado. Qualquer tipo de movimento é registrado pelo sensor, por mais rápida que seja a exposição. Por exemplo, folhas vibrando, mesmo que levemente, costumam aparecer borradas quando a gente amplia a imagem. Isso é um verdadeiro pesadelo em fotos macro. O mesmo problema costuma aparecer bastante quando fotografamos pessoas e animais porque, a menos de algum fatídico incidente, elas costumam se mover. Qualquer movimento mínimo é capaz de sumir com detalhes da foto.

Por outro lado, nossas mãos também tremem naturalmente. Então, existe um limite que você consegue tirar fotos sem vibração com as mãos. Não é preciso muito pras fotos começarem a borrar nos detalhes, basta um pouquinho menos de luz ou cansaço. Aliás, cansaço é uma coisa que pouca gente leva em conta nessa hora, mas ´´e uma fonte e tanto de vibração. Em ambos os casos, tanto dos objetos fotografados quanto a vibração das mãos, é impossível evitar o movimento das coisas.

A maioria das câmera, hoje, oferece algum tipo de sistema anti-vibração. Porém, isso nem sempre elimina o problema. A única coisa realmente capaz de combater essas pequenas vibrações é aumentar a velocidade. Então, comece sempre com uma velocidade alta e vá baixando até a exposição ficar aceitável. Depois, olhe as fotos ampliadas numa tela grande, como um laptop, e repare como os detalhes vão borrando conforme a velocidade diminui.

Ter luz suficiente e de boa qualidade

Em toda a fotografia, esse é o fator mais determinante de todos, e não tem como fazer fotos com boa nitidez se a luz for ruim. Luz ruim não quer dizer, necessariamente, pouca luz. É um fato que pouca luz prejudica a foto, mas ela ser mal posicionada, com a temperatura errada, dura demais ou macia demais afeta bastante o resultado final.

Então, é preciso adaptar a condição de luz àquilo que você fotografa. Se trabalha num estúdio, considere comprar mais lâmpadas e flashes. Aliás, o segredo daqueles retratos de revista de modo é justamente esse, boas luminárias, com combinação de luzes duras e macias, e um flash adequado, direcional, que permite dar aquela iluminada extra que faz toda a diferença.

Inclusive, o flash é muito importante porque ele é uma luz bem dura, e ele é muito bom justamente para mostrar texturas. Só que ele, sozinho, costuma chapar a imagem. Então é bom preencher bem o fundo e as laterais com outras fontes de luz. Inclusive, esqueça o flash embutido da câmera, porque ele só consegue colocar a luz frontalmente na cena. Como o meu foco não é fotografia de estúdio, vou deixar para falar mais sobre isso numa outra oportunidade, mas o que tenho estudado do assunto vai por esse lado.

Já quem faz fotografia de paisagem e natureza, como eu, tem que saber aproveitar tudo o que a natureza dá. Então, a gente tem que ficar de olho em condições meteorológicas, astronômicas, achar lugares, etc. A desvantagem de quem não trabalha em estúdio é que não dá pra acertar as coisas e fazer produção em série. A gente tem que aprender a ficar de olho. Por outro lado, é só assim que se faz fotos únicas.

Aumentar a abertura

Essa é uma maneira de combater a luz de baixa intensidade. Por isso, é muito importante ter uma boa lente com grande abertura, como f/1.8 ou menos. Essas lentes são chamadas de rápidas justamente porque permitem fotografar com velocidades maiores que, como vimos, ajuda a aumentar a nitidez da cena.

Porém, é preciso prestar atenção em dois detalhes muito importantes. Primeiro, toda lente tem um pico de nitidez em função da abertura que quase nunca coincide com a mais aberta. Por exemplo, Tenho uma Pentax-A 50mm f/1.4 aqui que a maior nitidez dela é em f/5.6. Quando uso em f/1.4, além do bokeh incrível, a nitidez dos objetos em foco costuma ficar bem ruim.

E isso nos leva ao segundo detalhe importante de lentes com grande abertura. Elas possuem profundidade de campo pequena, o que quer dizer que mesmo coisas que estejam próximas podem ficar fora de foco. No caso dessa f/1.4, por exemplo, a profundidade de campo com ela toda aberta, na minha Pentax K-70, é de mais ou menos 9 cm, e isso é menos da metade da espessura da cabeça de uma pessoa normal.

Além disso, dentro desses 9 cm, o foco se degrada bem rapidamente a partir de 1 ou 2 cm da distância ideal. Então, é bem comum um olho ficar bem nítido ou outro não. Ou focalizar uma sobrancelha e os olhos ficarem borrados, ou coisas dos tipo. Em fotografia de paisagem, é bem fácil deixar o foco em nenhum local muito aparente. O fato é que a gente enxerga objetos inteiros no foco, e não partes deles. Então, sempre que a profundidade de campo é pequena demais para deixar um objeto todo no foco, a foto vai ficar esquisita.

Então, como você já ter reparado, não tem jeito, uma lente rápida não vai fazer milagre nenhum. Sem uma boa iluminação a gente não sai do lugar. Mas, uma lente com boa abertura costuma ser nítida quando está mais aberta do que lentes com aberturas menores. Então, é sempre uma boa ideia ter uma lente de alta qualidade para complementar a iluminação.

Foco

O ponto onde se faz o foco também é muito importante, e o ideal é usar a configuração em um único ponto. Muita gente fotografa com o foco configurado pra múltiplos pontos, que é quando aparece aqueles quadradinhos verdes na tela. O problema disso é que a câmera não sabe exatamente o que você está fazendo, e pode colocar o foco nos lugares errados. Aqui, como estamos falando de nitidez extrema, a diferença entre uma foto boa e uma estragada pode ser simplesmente que o foco foi feito no nariz ao invés do olho.

Na fotografia de paisagem isso é bem mais fácil de acertar porque dá pra fazer o foco manualmente, e a gente tem tempo pra isso, principalmente usando tripé. Mas, no caso de coisas que se mexem, é preciso ser rápido, e o click tem que acontecer num piscar de olhos.

Além disso, é bom evitar o modo de foco contínuo, o modo AF-C. Ele é muito bom para fotografar coisas com muito movimento, como alguém correndo, mas para coisas estáticas ele costuma ser menos preciso que o modo simples, ou AF-S. Na minha câmera, por exemplo, é o caso. Existem sistemas melhores e piores nesse quesito, mas é quase que uma regra.

Modo contínuo

Pra piorar, muitas vezes, a gente ainda faz o foco no olho, mas a câmera não tem um sistema tão fino assim, e acaba focalizando na sobrancelha, por exemplo. Outro dia, tive um problema similar fazendo umas fotos de flores no quintal de casa. A câmera não conseguia acertar o foco nem sob ameaça de morte. Quando esse tipo de coisa acontece, existe uma solução bem simples, mas eficaz.

Faça o foco onde você precisa, normalmente. Aí trave ele com a função de bloqueio de foco e coloque a câmera no modo de disparo contínuo em alta velocidade. Agora, mova a cabeça um pouco pra trás, comece a disparar a seqüência e vá se aproximando do objeto. Vai um pouco de prática até ficar bom nisso, mas é fácil. Daí você abre a seqüência no laptop, pc ou o que for, e procura a que tenha ficado com a melhor nitidez. Isso aí funciona super bem e é uma coisa que sempre apanhei muito até aprender esse truque.

Equipamento

Por fim, você deve ter notado que não tem muita saída, não dá pra fazer foto de alta qualidade com equipamento inadequado. Infelizmente, uma Canon T6 não vai fazer aquelas fotos de modelo que dá pra ver todos os detalhes da íris da moça. Pra isso, é preciso de uma câmera com mais megapixels, lentes profissionais e um bom kit de iluminação.

O mesmo vale para quem faz fotografia com luz natural, apesar de que a gente leva um pouco de vantagem nisso porque dá pra jogar os detalhes com a distância. De todo modo, como sempre digo, não gaste o equivalente a um carro usado num equipamento de fotografia se você ainda não domina o que tem nas mãos, mesmo que seja um celular.

E essas são as dicas que tenho pra dar para quem quer conseguir fotos com nitidez extrema. Não deixe de dar uma olhada lá no meu Instagram, que sempre tem conteúdo também!

Fábio Ardito

Pelo mundo atrás de treta.

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